Mergulhar em um livro pode fazer com que o leitor se sinta inserido no local em que a história passa, familiar aos personagens e de certa forma pertencendo àquela narrativa. Os livros, por si só, podem oferecer uma profunda viagem, mas trazê-los como companhia em longos ou curtos trajetos também é uma forma de passar o tempo e, ainda, adquirir conhecimento. Essa é a proposta da sala Embarque na Leitura, biblioteca inaugurada há uma semana pela Empresa do Terminal Rodoviário de Pelotas (Eterpel), que está disponibilizando gratuitamente mais de dois mil exemplares a quem passa por ali.

O objetivo da empresa é fomentar o hábito entre a comunidade e integrar os passageiros por meio da literatura, criando uma rede de leitores de diversas regiões que, de um jeito ou de outro, se conectam através da rodoviária de Pelotas. A ideia foi proposta pelo o vereador Luiz Henrique Viana (PSDB) e pelo ex-presidente da Eterpel, Wagner Rodrigues, em junho de 2016, e agora passa a funcionar em período experimental. O local fica no segundo piso do terminal e fica aberto das 9h às 11h30min e das 13h30min às 18h. O empréstimo é gratuito e pode ser feito a qualquer um que se interesse, com devolução em até sete dias. Outra alternativa é levar para a viagem, deixar o exemplar na poltrona do ônibus ao fim do trajeto para que os funcionários da Expresso Embaixador, parceira do projeto, façam a entrega.

Até agora foram 22 cadastros desde a última semana. O principal público do local é daqueles que fazem viagens frequentemente e buscam alguma forma de passar o tempo, seja no terminal ou dentro do ônibus. É o que planeja o ferroviário Ebirajara Aldavez, que viaja diariamente até Rio Grande. Ontem, Aldavez fez o cadastro na biblioteca e procurava por um livro de aventura para embalar o trajeto até o trabalho, prática que pretende adotar daqui pra frente. “Como eu gosto de ler, vai ser bom ter um livro para a viagem”, disse.

O acervo conta com nove estantes de livros, uma delas dedicada a autores pelotenses. Os títulos são variados e de diferentes gêneros, dos mais tradicionais autores brasileiros, como Machado de Assis e Jorge Amado, a nomes internacionais. Tudo foi arrecadado através de doações - a Fundação Gaúcha dos Bancos Sociais, segundo a empresa, está responsável por fornecer 600 livros por mês. A biblioteca também aceita doações para que o acervo se mantenha diverso.